A sigla PSA, é inglesa e significa Antígeno Prostático Específico. Este é uma substância produzida unicamente pela próstata e a sua descoberta e utilização como marcador tumoral de câncer da próstata significou um verdadeiro divisor de águas no diagnóstico desse câncer. Antes do PSA o diagnóstico do câncer da próstata era realizado somente pelo toque retal e na grande maioria das vezes realizado de modo tardio, ou seja, sem possibilidade de um tratamento curativo.
Para um tratamento curativo o câncer da próstata, o diagnóstico deve ser realizado com o tumor ainda confinado ao órgão. Quando há comprometimento da cápsula que envolve a próstata, das áreas vizinhas, dos gânglios locais e dos ossos, áreas de metástases mais freqüentes, o tratamento deixa de ser curativo. Por isso que a dosagem sanguínea anual do PSA e a avaliação da sua progressão permitem esse diagnóstico. A dosagem do PSA torna-se assim uma ferramenta importantíssima para se atingir esse objetivo.
É sabido que 70% dos diagnósticos do câncer da próstata são realizados pela dosagem do PSA, 25% pelo toque retal e 5% pela associação de ambos. Dessa forma o médico não pode, ainda(*), abrir mão de sua dosagem e o paciente não deve deixar de fazer sua consulta anual com o urologista. Isso porque algumas particularidades existem e não é freqüente que uma elevação rápida dos valores do PSA signifique um câncer da próstata. Em geral, nos casos de câncer, essa elevação ocorre de forma progressiva, permitindo ao urologista desconfiar que algo errado possa estar acontecendo e indicar uma biópsia da próstata com finalidade de esclarecimento diagnóstico.
O PSA sanguíneo elevado pode ocorrer em outras situações diferentes do câncer da próstata tais como nas infecções urinárias, atividade sexual ou manipulação da próstata previamente ao exame, prostatites e outras menos importantes. Por isso o diagnóstico do câncer da próstata, em estágio inicial, depende de um conjunto que passa obrigatoriamente por uma visita anual ao urologista. Este através de seus conhecimentos clínicos e principalmente da evolução do paciente, usando as ferramentas disponíveis, em seu devido tempo e necessidade, como o PSA, o toque retal, a ecografia com Doppler colorido, a ressonância magnética e a biópsia prostática. Certamente irá conseguir, na maioria das vezes, realizar um diagnóstico precoce e oferecer ao paciente um tratamento curativo.
A questão final é quando iniciar a realização da dosagem do PSA e sua freqüência? Para essa decisão é importante a história familiar. Se ele tem parente, principalmente de primeiro grau, que tiveram ou têm câncer da próstata deve iniciar a partir dos 40 ou 45 anos. Caso contrário é razoável iniciar sua dosagem a partir dos 45 ou 50 anos. Sua freqüência com finalidade diagnóstica deve ser anual. Não há necessidade de várias dosagens do PSA num mesmo ano.
(*) Novos marcadores estão sendo pesquisados e logo “deverão” substituir o PSA.
Fonte: Dr. Evandro de Oliveira Cunha