A Doença de Peyronie consiste no aparecimento de placas fibrosas no corpo cavernoso do pênis. As causas do aparecimento da placa não estão bem esclarecidas e várias teorias a respeito existem, mas nenhuma com comprovação científica.
Seu crescimento é lento, progressivo, provoca dor e pode evoluir para um encurvamento peniano anormal quando ereto (pênis em anzol) que pode até impedir a atividade sexual por impossibilidade de se realizar a penetração vaginal.
Na história clínica é importante se precisar quando teve inicio a doença. Nenhuma tentativa de tratamento cirúrgico deve ser realizada antes de se ter certeza da estabilização do crescimento da placa. Esta se dá normalmente após um ano do início da doença.
A indicação de tratamento cirúrgico só deve ser feita quando da impossibilidade da atividade sexual. Para sua correção são preconizadas duas técnicas atualmente. Uma delas é a realização de plicaturas na túnica albugínea do pênis no lado oposto à curvatura e a outra é a realização de uma incisão da placa com retirada de parte dela e colocação de um enxerto autólogo sendo a veia Safena a mais utilizada.
Um estudo realizado pelos Drs. Kim DH, Lesser TF, Aboseif SR do Departamento de Urologia do Kaiser Permanente Medical Center, Los Angeles, Califórnia, os autores avaliaram 67 pacientes, sendo que 35 foram submetidos a plicatura e 32 submetidos a enxerto venoso. Eles observaram que: O tempo de cirurgia para plicatura foi de apenas 30 minutos contra +/- 90 minutos da cirurgia com colocação de enxerto.
Ambos os grupos ficaram satisfeitos com a cirurgia e 90% passaram a ter vida sexual normal, com erefção plena. Apenas um pequeno número teve necessidade de usar drogas facilitadoras como Sildenafil ou outras, porém essa necessidade deveu-se mais a uma disfunção erétil psicogênica. A morbidade foi muito maior nos pacientes submetidos ao enxerto venoso, em função da agressão cirúrgica maior. Apenas 4 pacientes que realizaram a plicatura se queixaram de dores importantes quando da ereção, contra 8 pacientes da cirurgia de enxerto.
Aproximadamente 60% dos pacientes da plicatura se queixaram da diminuição do comprimento do pênis. Ambos os grupos se queixaram da presença de pequenas formações nodulares no pênis, conseqüentes aos pontos cirúrgicos.O paciente deve ser informado da possibilidade de ocorrer uma diminuição do comprimento do pênis. Esta é de aproximadamente 1,5 a 2,0 cm. Tal fato preocupa ao paciente. Porém, outros estudos demostram que esta diminuição nos homens que possuem média de tamanho peniano normal (16 cm +/- 3 cm) não altera a satisfação sexual do casal.
Fonte: Dr.Evandro de Oliveira Cunha