O principal indutor do CaP é a testosterona, que é o principal hormônio masculino, e isto ocorre porque as células prostáticas são hormônios dependentes. Ou seja, são estimuladas ou não, de acordo com os níveis no sangue da testosterona. Associa-se a esta estimulação uma predisposição genética para o desenvolvimento da doença.
Por isso que uma das formas iniciais de tratamento do CaP, principalmente para os casos diagnosticados tardiamente e fora da possibilidade de tratamento curativo, é o inibição ou retirada do hormônio masculino. A falta do hormônio vai diminuir a estimulação das células prostáticas. A inibição hormonal é feita através de drogas que atuam em nível cerebral inibindo a estimulação da produção da testosterona pelos testículos (ablação química) ou através da retirada cirúrgica dos testículos (ablação cirúrgica). No inicio do tratamento os resultados são excelentes e o paciente experimenta uma melhora significativa com o desaparecimento das metástases e das dores.
Porém, com o passar do tempo, em média de três a cinco anos, as células prostáticas que anteriormente eram hormônios dependentes podem tornar-se hormônio resistentes, ou seja, passam a não ser mais estimuladas ou inibidas pela testosterona. Logo não vão mais responder ao bloqueio hormonal. Quando isto ocorre a doença volta a progredir e sai do controle médico. Nós urologistas chamamos esta ocorrência de – escape de tratamento.
No decorrer dos anos várias drogas foram testadas e usadas para combater a progressão do CaP hormônio resistente, porém os resultados não eram muito satisfatórios. Com o inicio da utilização do Docetaxel associado a Prednisona parece que a sorte destes pacientes começa a mudar.
A sobrevida de pacientes com Câncer de próstata hormônio resistente é maior após tratamento com Docetaxel aplicado a cada 03 meses associado a Prednisona quando comparado com outros regimes de tratamento, além do que seu uso ser muito bem tolerado pelos pacientes idosos. Os efeitos colaterais mais desconfortáveis foram a queda dos cabelos e a fadiga. A incidência reações tóxicas no curso do tratamento foi menor que 5%.
As pesquisas atuais mostram que Docetaxel associada a Prednisona é a opção de tratamento indicada para muitos pacientes com Câncer da próstata metastático e hormônio resistente.
Scott Baltic – J Clin Oncol 2008;26:242-245.
Tradução e adaptação – Dr. Evandro de Oliveira Cunha